Jambu
| Jambu
|
| Também conhecido como: Teocracia de Jambu
|
| População: 27.000.000 habitantes
|
| Área: 510.000 km²
|
| Grupos étnicos: |
| Capital: Muror
|
| População da capital: 400.000 habitantes
|
Jambu é um estado teocrático que ocupa o extremo sul de Ralté, a ilha vizinha de Ilanka e a ponta setentrional do continente de Lemté. A capital e centro cerimonial, é Muror, em Ilanka. Ali governa uma xamã e matriarca lem à qual se atribui a capacidade de encarnar Mu, deusa que é ao mesmo tempo a Grande Mãe e a representação da unidade cósmica.
Jambu é a única formação social criada por lems e ziaans com características de Estado organizado, originalmente criado pela necessidade de se defender do Império Cari e hoje dos ataques atlantes e agartis que partem de Duaraka e Bárata.
Embora Jambu não tenha autoridade sobre os lems e ziaans de Lemté, quando necessário a matriarca de Muror os chama para ajudar na defesa de Jambu e geralmente é atendida, tanto pelo respeito que têm pela grande xamã quanto por compreenderem que, caso Jambu caia em poder de Atlântida ou Agarta, estarão abertas as portas para a invasão e conquista da própria Lemté.
Embora ziaans e lems formem a maior parte da população, ao longo dos séculos Jambu absorveu consideráveis populações tlavatlis, mugais, senzares e caris, originalmente formados por prisioneiros de guerra, mercadores, refugiados ou mesmo mercenários vindos de outras terras. Esses povos vivem em paz em Jambu e em geral são leais à matriarca e lutam quando necessário em seus exércitos, independentemente de suas origens étnicas.
Apesar da visão preconceituosa de atlantes e agartis de que lems e ziaans são humanoides primitivos e de inteligência inferior, a resistência bem sucedida de Jambu e seu domínio de tecnologias militares relativamente avançadas demonstra que esses povos são capazes de civilização e organização, embora a maioria deles prefira manter seu modo de vida tradicional e tribal.
História
Jambu é um dos mais antigos Estados de Kishar, criado a partir de 1750 afA como aliança defensiva contra o Império Cari, quanto este começou a multiplicar incursões em busca de novas terras e escravos. A aliança não seduziu as tribos do sul de Lemté, apegadas às suas liberdades tribais, mas teve considerável sucesso e bloqueou as tentativas de expansão caris para o leste por muitos séculos.
Foi só por volta de 700 dFA que os caris obtiveram uma vitória decisiva sobre Jambu, permitindo-lhes arrebatar as terras que hoje formam Bárria. Não persistiram, porém, nesse esforço militar, preferindo celebrar uma paz provisória e concentrar seus recursos na conquista e colonização de Masté.
Em 780 dfA, Rudhra, rei de Agarta, conseguiu organizar seus turbulentos guerreiros no exército mais disciplinado e eficiente que seu mundo jamais vira. Esse exército foi lançado contra os helcarianos e, numa série de impressionantes vitórias, arrebatou-lhes a maior parte de seus domínios, incluindo a cidade sagrada de Xambala, na qual Rudhra se proclamou Imperador do Mundo, além de partes do antigo Império Mugal. Foi, porém, derrotado e morto em 800 dfA, ao tentar invadir e conquistar o Império Cari no apogeu. Os guerreiros de Jambu aproveitaram-se da desordem que se seguiu entre os agartis para ocupar e anexar parte de suas conquistas, expandindo para norte e leste, incluindo antigas terras mugais.
Os próximos séculos foram de relativa paz e prosperidade para Jambu, que se tornou um Estado rico e relativamente cosmopolita, atraindo mercadores, mercenários, imigrantes e refugiados, principalmente depois que se iniciaram os conflitos internos do Império Cari, que culminaram com a grande guerra civil de 1538 dfA. Jambu manteve-se como um reduto ordeiro ao longo de toda a Idade das Trevas, mas entre 2365 e 2370 sucumbiu ante um ataque conjunto das duas novas grandes potências, Atlântida e Agarta, que lhe conquistaram a maior parte do território. Os magos e guerrreiros de Muror conseguiram, porém, defender dos conquistadores o extremo sul de seu território. Aproveitaram-se bem dos conflitos surgidos entre as duas potências nos séculos seguintes (que se esforçam por instigar) e têm conseguido sobreviver, apesar de intermitentes conflitos com os dois vizinhos.
Cultura e ideologia
A cultura de Jambu, assim como a de Lemté, se baseia na simbiose tradicional entre lems e ziaans. Nas regiões selvagens de Lemté, os lems se alimentam de caça grossa (principalmente grandes répteis) e nozes, enquanto os ziaans ficam com as aves, mamíferos pequenos e médios, frutas, cogumelos e raízes. A típica unidade social é uma tribo com 500 lems e 1.500 ziaans, que compartilham as mesmas cultura e religião xamânica e a mesma língua, formada por monossílabos que não são flexionados nem costumam ser aglutinados. Em Jambu, mais civilizada, lems e ziaans partilham aldeias e cidades de maneira igualmente cooperativa. Caçam, plantam e constroem em conjunto, dividindo tarefas de acordo com velhos costumes.
O conceito filosófico central da religião lem-ziaan é Mu, que é ao mesmo tempo a Grande Mãe e a unidade cósmica do Universo, imaginado como um imenso útero. Enquanto os seres vivos são vistos como “fetos”, cada um dos espíritos e divindades da natureza é imaginado como um de seus inúmeros filhos já “nascidos”, com os quais o culto xamânico procura se comunicar e associar.
Além de serem aparentemente impossíveis, as relações sexuais entre lems e ziaans são vedadas por tabus extremamente rígidos. Dizem suas lendas que do cruzamento das duas espécies surgiram os humanos e todos os problemas dos ziaans e lems, frequentemente escravizados tanto por atlantes quanto por agartianos.
A música de Jambu mantém as características da cultura tribal lem e ziaan, baseada no canto coral alternado entre as vozes profundas dos lems e agudas dos ziaans, na percussão e em instrumentos de sopro simples.
A arquitetura é pesada: utiliza grandes pedras toscamente talhadas, mas bem encaixadas, na construção de casas e palácios e seus monumentos religiosos são freqüentemente formados por dolmens, menires e círculos de pedras.
Os trajes resumem-se a tangas simples no calor e mantos de peles no frio.
